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O aumento das famílias unipessoais tem contribuído para a crescente demanda por imóveis menores, já que muitos indivíduos preferem opções compactas e bem localizadas para atender às suas necessidades práticas e econômicas (Josep Gutierrez/Getty Images)
Publicado em 1 de abril de 2025 às 16h00.
Nos últimos anos, a demanda por imóveis menores tem se intensificado, refletindo uma mudança no perfil das famílias e nas preferências de moradia. Esse movimento é impulsionado por fatores como o alto custo do aluguel, a busca por uma localização privilegiada e a mudança no formato familiar, com mais pessoas morando sozinhas e famílias menores. O impacto dessa tendência está alterando profundamente o mercado imobiliário e exigindo ajustes das empresas do setor.
O aumento da demanda por imóveis menores pode ser observado em várias frentes. Dados do Banco Central mostram que a metragem dos imóveis financiados caiu 12,75% entre 2018 e 2024, o que reflete a busca por unidades mais compactas, de menor custo.
O perfil dos compradores também mudou: jovens adultos e famílias de renda média estão cada vez mais optando por imóveis entre 40 m² e 50 m², que se adequam melhor à sua realidade econômica e ao estilo de vida mais dinâmico. Além disso, o aumento no número de famílias unipessoais também impulsiona essa demanda.
O principal motor dessa transformação é o alto custo do aluguel, que tem pressionado muitas famílias a optarem por imóveis menores, mas bem localizados. Em centros urbanos, a proximidade de transporte público, comércio e serviços tem ganhado mais peso do que a metragem da casa. Esse fenômeno está também diretamente ligado ao aumento das taxas de juros, que tornaram os financiamentos imobiliários mais caros e, consequentemente, a busca por imóveis com menor valor de compra ou aluguel se tornou uma alternativa viável.
Outro fator importante é a mudança no formato familiar. A diminuição do tamanho médio das famílias, aliada ao aumento do número de pessoas que vivem sozinhas, tem refletido na necessidade de espaços mais reduzidos, com menos áreas comuns e focados em funcionalidades essenciais. O modelo de vida mais individualista e a flexibilidade do trabalho remoto também contribuem para a crescente procura por imóveis menores, que atendem melhor às necessidades de quem busca praticidade e economia.
A crescente demanda por imóveis menores está impactando diretamente o mercado de aluguel, criando novas oportunidades, mas também desafios para os proprietários e investidores. Por um lado, a oferta de imóveis compactos bem localizados tem se expandido, com mais empreendimentos focados em atender a esse nicho, principalmente em regiões centrais e com infraestrutura de transporte. No entanto, essa mudança também tem levado a um aumento na concorrência entre os locadores, que precisam adaptar seus imóveis para se alinhar com as novas exigências dos inquilinos, como melhores acabamentos, mais funcionalidade e tecnologias sustentáveis.
Essa transição no mercado de aluguel também traz um novo perfil de inquilino, mais exigente quanto à qualidade da localização e ao custo-benefício do imóvel, do que ao tamanho em si. As famílias tradicionais, por exemplo, que antes buscavam imóveis maiores e mais afastados, têm migrado para unidades menores, impulsionadas pelo custo elevado do transporte e pela conveniência de morar mais perto de seu local de trabalho e lazer.
Em suma, o aumento da demanda por imóveis menores está remodelando o mercado imobiliário e de aluguel. A necessidade de otimizar o uso do espaço, aliada à busca por maior economia e praticidade, deve continuar a guiar as escolhas dos consumidores, alterando a oferta e a demanda no mercado de aluguéis nos próximos anos.